Um dia desses escutando "Aurora do Mundo" de Goiá na excelente interpretação de "Tostão & Guarany", me veio a inspiração e saiu este poema. Se algum "Compadre Músico" quiser transformar este poema em letra de música (quem sabe um cateretê desses bem "Xonados".rs), fique à vontade pois vai deixar este "Caboclo" muito orgulhoso.rs
Uma noite destas, falei com o “Destino”
E ele com tédio, então, respondeu:
“_Desde que tu foste apenas “menino”
Esta dor secreta, no teu sangue correu.
Hoje és viajante no mundo do nada,
Seguindo a sorte que Deus lhe traçou.
Vai se arrebentando nas encostas da serra.
Aonde o homem erra...
Seu tempo acabou...”
Às vezes pergunto, nas horas amargas,
Porque minha sorte ao léu me deixou.
Meu barco vacila ao gosto das vagas,
Num mar de incertezas, meu sonho, boiou.
Hoje na distância, estou vegetando,
Pois a muito tempo deixei de viver,
Estou caminhando ao rumo do nada,
Seguindo esta estrada
Sozinho, a sofrer...
E quando solitário relembro o passado,
Parece que o tempo em mim não correu,
Eu fico, assim, um tanto cansado
Remoendo as dores, neste peito meu.
Quando eu relembro a infância querida,
Parece que a sorte comigo brincou,
E ainda sinto ser uma criança
Na efêmera esperança
Que o tempo levou.
Pergunto a Deus, se acaso o destino,
Por entre estas brumas, enfim me levar,
Se acaso é certo, em cruel desatino,
O ventre da terra, por fim desejar..?
Quem sabe assim, minha alma descanse,
Pois estou cansado, não posso negar,
Que ele me dê sua eterna guarida
Na terra querida
Que me viu sonhar...